Desmatamento na Amazônia cai 36% no primeiro quadrimestre de 2023, porém, abril não traz notícias boas ao Acre, segundo o Imazon

O total de área desmatada na Amazônia durante os quatro primeiros meses deste ano foi 36% menor quando comparado com o mesmo período de 2022, segundo os dados do monitoramento realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). 

Neste ano, a retirada parcial ou total da cobertura vegetal amazônica atingiu uma área de 1.203 km² entre os meses de janeiro e abril. Em 2022, a área desmatada no mesmo período foi de 1.884 km².

Apesar dos números apresentarem queda na Amazônia, ainda não foi o suficiente para tirar 2023 do pódio das maiores áreas desmatadas entre janeiro e abril. Este ano representa o terceiro pior resultado nos esforços de preservação do bioma desde 2008, ano em que a medição do Imazon teve início, ficando atrás apenas dos anos de 2021 e 2022.

No Acre, por exemplo, a área desmatada em abril aumentou 66% se comparada ao mês anterior. No último mês, foram 5 mil km² degradados, enquanto em março foram registrados 3 km³ de derrubada da floresta, de acordo com o Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), do Imazon. Porém, considerando o quadrimestre, o estado não é o que apresenta os piores resultados, dado que a área desmatada acumulada de janeiro a abril deste ano alcançou 18 km² e, no mesmo período do ano passado, o total acumulado estava em 22 km² de floresta devastada.

O desmatamento no Acre contribuiu com 1% do total na Amazônia Legal, que acumula um total de 336 km². No ranking dos estados com as maiores áreas desmatadas, o Amazonas ocupa o primeiro lugar, com a maior porcentagem (27%), seguido por Pará (24%), Mato Grosso (21%), Rondônia (16%), Roraima (6%), Maranhão (4%) e Tocantins (1%).

Em relação especificamente a Roraima e Tocantins, o Imazon alerta que os índices de desmatamento tiveram alta nos territórios. O estado de Roraima apresentou o pior cenário, com a devastação passando de 63 km² no primeiro quadrimestre de 2022 para 107 km² no mesmo período deste ano, uma alta de 73%. Em Tocantins, a área degradada teve um crescimento de 25%, passando de 4 km² de janeiro a abril de 2022 para 5 km².

Em nota, o Imazon cita que a alta pressão tem afetado, principalmente, Terras Indígenas e assentamentos roraimenses, que concentram os 10 territórios mais desmatados em suas categorias em abril. 

Mato Grosso, Amazonas e Pará continuam ocupando a posição de maiores estados desmatadores da Amazônia, responsáveis por 77% da floresta destruída em 2023. Até o mês de abril, foram 400 km² desmatados no Mato Grosso, 272 km² no Amazonas e 258 km² no Pará.

Segundo Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon, os resultados indicam que é necessária a implantação de ações emergenciais de fiscalização, identificação e punição aos desmatadores ilegais nos territórios mais pressionados, focando nas florestas públicas que ainda não possuem uso definido e nas áreas protegidas.

Bianca Santos, também pesquisadora do Imazon, alerta que o desmatamento está avançando cada vez mais na região conhecida como Amacro, que engloba o sul do Amazonas, região de tríplice divisa entre o sul do Amazonas, Acre e Rondônia. Atualmente, a região sofre com uma forte pressão pela expansão agropecuária. Bianca reforça que “são necessárias medidas urgentes de fiscalização e destinação de terras públicas no local para evitar novas derrubadas”.

Em nota, o Imazon ainda ressalta que a redução observada nos demais territórios precisa continuar durante o “verão amazônico”, época de seca na região, que começa entre maio e junho, quando a atividade de derrubada tende a aumentar.

Fonte: Agência Brasil e G1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *