As 5 Amazônia: bases para o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal

A região amazônica é extensa, diversa e heterogênea. Por isso, demanda um portfólio específico de políticas públicas para atender os diferentes povos que a habitam e seus respectivos interesses e necessidades. 

Para contribuir para esse propósito, pesquisadores do Amazônia 2030 divulgaram um plano de desenvolvimento sustentável para a Amazônia Legal.

O plano, que deve olhar para a complexidade do território e as diversas trajetórias de uso da terra, propõe dividir a Amazônia em 5 macrozonas com base na cobertura florestal remanescente e, a partir dessa diferenciação, propor soluções específicas para cada uma dessas zonas.

“A Amazônia é um continente e as pessoas que olham para a região de longe tendem a vê-la como homogênea, o que ela não é”, diz Adalberto Veríssimo, cofundador do Imazon, um dos principais centros de pesquisa da Amazônia. “Entender as diferenças é pré-condição para qualquer plano de desenvolvimento de conservação ter resultado”, conclui.

Assim, o relatório “As Cinco Amazônias: bases para o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal” divide a região nas seguintes zonas:

1- Amazônia florestal: onde há mais floresta e baixa densidade demográfica, está localizada principalmente no Amazonas e norte do Pará; ocupa 39% da Amazônia Legal. Nessa zona, o esforço é focado em não permitir o desmatamento e pensar em iniciativas voltadas para a bioeconomia, para o pagamento de serviços ambientais e para a inserção no mercado de carbono.

2- Amazônia sob pressão: aqui as taxas de desmatamento são as mais elevadas, já tendo atingido 19% do território, que corresponde a 29% da Amazônia Legal. São duas agendas na região: combate ao desmatamento e ações contra a grilagem.

3- Amazônia desmatada: representa 11% do território da Amazônia Legal; 66% dessa zona já foram desmatados. O objetivo é priorizar a regularização fundiária e incentivar o potencial para aumento da produtividade agropecuária. A promoção da restauração florestal também está prevista.

4- Amazônia não florestal: zona onde predomina a vegetação de Cerrado e a produção de soja. Nesse local é importante respeitar o Código Florestal e recuperar terras abandonadas.

5- Amazônia urbana: concentra 76% da população. Nesse caso, a indicação é investir em políticas públicas de saneamento, moradia, mobilidade, conectividade, qualificação de mão de obra e até arborização.

As sugestões para as agendas de cada uma das zonas não são excludentes. Algumas propostas podem ser adotadas em todas as zonas, como o caso da inserção no mercado de carbono florestal por meio do mecanismo REDD+ e da criação e consolidação de áreas protegidas.

O documento conclui que é necessário investimentos mais robustos para desenvolver a Amazônia de forma sustentável. O orçamento per capita da região é insuficiente para reduzir a disparidade local em relação ao restante do Brasil em termos de saúde, educação e infraestrutura.

As informações são do jornal Valor Econômico.

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