Foto: Breno Esaki/Miracena

Oficina – mudanças climáticas, florestas, financiamento de carbono para povos da floresta

O Conselho Nacional das Populações Extrativistas- CNS, o Instituto de Estudos Amazônicos – IEA e o Environmental Defense Fund – EDF, convidaram os membros da Diretoria do CNS, Associações Concessionárias em Reservas Extrativistas, instituições parceiras, especialistas e consultores, para um encontro de trabalho em Brasília.

O EDF vem realizando treinamentos sobre mudanças climáticas e carbono para diferentes grupos interessados e Steve Schwartzman, parceiro do movimento seringueiro desde Chico Mendes e especialista no assunto, ofereceu a oportunidade de apoiar o CNS na realização de um encontro para abordar esse tema importante e de difícil compreensão. Para isso, solicitou ao IEA o apoio operacional e disponibilizou recursos para realizar essa oficina.

O treinamento será realizado nos dias 10 e 11 de janeiro na Casa de Retiros Assunção em Brasília e contará com exposições de especialistas e debates sobre os temas apresentados. Também haverá um momento para apresentação de projetos de carbono no modelo REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, mais benefícios sociais), executados e em execução em Terras Indígenas e Reservas Extrativistas na Amazônia, por representantes das comunidades destas unidades.

Projetos de carbono podem ser uma oportunidade para as Reservas Extrativistas se forem realizados com conhecimento técnico e parceiros de confiança do movimento. Ouvir extrativistas que participam da implantação de projetos REDD+ em Reservas Extrativistas será um elemento a mais no treinamento. E, após esse curso, poderemos reproduzir os conhecimentos adquiridos para um número maior de pessoas, contribuindo para o CNS formar opinião e posicionamento sobre o tema, enfrentar pressões para assinar contratos sem consulta prévia e assumir protagonismo nesse debate.

Como sempre fizeram, ao longo de suas histórias de mais de 40 anos de trabalho, o CNS, o IEA e o EDF buscam conciliar a sabedoria dos povos da floresta com o conhecimento técnico e científico de especialistas para formular projetos e políticas públicas que gerem impactos duradouros para as Reservas Extrativistas. Essa é uma excelente oportunidade de juntar forças para reduzir os impactos das mudanças climáticas gerando renda e oportunidades para as futuras gerações.

 

LOCAL DO EVENTO: CASA DE RETIROS ASSUNÇÃO, QUADRA 611, VIA L2 NORTE, ASA NORTE, BRASÍLIA – (61) 3274 – 5336
TELEFONES PARA CONTATO: BRUNA LIMA (68) 99973-9277 MARY ALLEGRETTI (41) 98852-3992

 

AGENDA DA OFICINA
DIA 10 – 8:30 – 18:00
Apresentação, introduções – Júlio, Mary, Steve
I. Mudança Climática e Florestas na perspectiva dos cientistas – Ane Alencar, IPAM.
II. Mudança Climática – perspectivas de dentro da Floresta.
III. Negociações e Políticas Internacionais sobre Mudança Climática – Beatriz Garcia,
Western Sydney University.
IV. Discussão.
Almoço
V. História do REDD+ — onde começou, em que pé que está? – Steve Schwartzman, EDF.
VI. Como é que se faz projeto de carbono? Beatriz Garcia.
VII. Projeto de carbono dos Suruí – Neidinha Suruí – Kanindé, por vídeo.
VIII. Discussão.
DIA 11 – 8:30
I. Projetos de REDD+ nas RESEX – nomes em anexo.
II. Como é um programa jurisdicional de REDD/ Programa REM, MT – Eliane Xunakalo –
FEPOIMT/ Programa REM, AC – Stoney Nascimento.
III. Coalisão LEAF e o Emergent Forest Finance Accelerator (Emergent) – Fernanda
Ferreira.
IV. Discussão.
Almoço.
V. Política/Estratégia Nacional de REDD+ do Brasil – Fernanda Bortolotto, consultora.
VI. Debate: qual a estratégia do CNS/extrativistas para projetos de carbono? Programas
jurisdicionais / parcerias privadas de carbono? Próximos passos.
ENCERRAMENTO

 

PROJETOS REDD+ EM RESERVAS EXTRATIVISTAS
1 – Projeto Juma – Novo Aripuanã – Amazonas
Projeto de REDD+ desenvolvido na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Juma, município de
Novo Aripuanã, projeto desenvolvido pela Fundação Amazônia Sustentável – FAS em parceria com a
rede de hotéis Marriott Internacional e o Governo do Estado do Amazonas.
– Doracy Correa Paes – Projeto Juma
– Francisco Ademar da Silva Cruz – Fundação Amazônia Sustentável – FAS

2 – Projeto Rio Preto – Jacundá – Machadinho D’Oeste e Cujubim – Rondônia
Projeto de REDD+ desenvolvido na Reserva Extrativista Rio Preto-Jacundá em parceria entre a ONG
Rioterra e a empresa Biofílica – Ambipar.
– José Pinheiro Borges – ex-presidente da Associação de Moradores da Resex e assessor da
Associação.

3 – Reservas Extrativistas Mapuá e Terra Grande-Pracuúba contra Projeto Ecomapuá – Pará
Empresas comercializam ilicitamente no mercado voluntário crédito de carbono gerados nas Resex
sem que a população receba remuneração justa ou indenização – Ação Civil Pública.
– Adimilson Rodrigues Barbosa – Associação dos Moradores da Reserva Extrativista
Mapuá (AMOREMA) e Associação dos Moradores da Reserva Extrativista Terra
Grande-Pracuúba (AMORETGRAP).

4 – Projeto Reserva Extrativista Rio Cautário – Costa Marques e Guajará-Mirim – Rondônia
Projeto desenvolvido pela Permian Brasil, em parceria com a comunidade tradicional residente da
Reserva tendo como interveniente anuente o estado de Rondônia, através da SEDAM.
– Leomarques Silva Costa – Aguapé – Associação dos Seringueiros do Vale do Guaporé.
– Elias Pinheiro Nunes – Resex Rio Cautário, Rondônia.

5 – Projeto Reservas Marinhas da Zona Costeira do Estado do Pará
Projeto em desenvolvimento com o conjunto de 12 Resex Marinhas em parceria com a empresa
Carbonext para comercialização de créditos de ‘carbono azul’ armazenado nos manguezais.
– Sandra Regina Pereira Gonçalves – presidente da Auremag – Associação Dos Usuários Da
Reserva Extrativista Mãe Grande de Curuçá.

CNS-IEA-EDF AGENDA OFICINA CLIMA E CARBONO 10-12-2023

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