ORIGEM DO IEA
O Instituto de Estudos Amazônicos (IEA) foi fundado em 1986 com o objetivo de apoiar o Conselho Nacional dos Seringueiros, hoje Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), a desenvolver a proposta de criação e implementação de Reservas Extrativistas. Profissionais de diferentes áreas – antropólogos, sociólogos, agrônomos, arquitetos, advogados e economistas, em diálogo com o movimento social e com apoio de instituições públicas e privadas sem fins lucrativos, transformaram a demanda dos seringueiros por reforma agrária em um conceito jurídico-institucional inovador que, em essência, persiste até hoje.
Reservas Extrativistas são áreas de domínio da União com usufruto exclusivo das populações extrativistas. Existem 91 unidades no país totalizando cerca de 15 milhões de hectares, beneficiando cerca de 400 mil pessoas.
Desde sua fundação o IEA apoiou a luta de Chico Mendes em Xapuri, no Acre, contra os desmatamentos que destruíam a floresta e o meio de vida de centenas de famílias que viviam há gerações nos seringais acreanos. O IEA também contribuiu com a articulação nacional e internacional que tornou mundialmente conhecida a ideia de Chico Mendes de que a floresta vale mais em pé do que derrubada, tese hoje consolidada cientificamente. O apoio ao Conselho Nacional das Populações Extrativistas, aos direitos de comunidades às Reservas Extrativistas e à promoção do desenvolvimento com a valorização do produtos da floresta em toda a Amazônia, transformaram-se na agenda de trabalho do Instituto desde então.




AGENDA DE TRABALHO




Em 1996 o IEA suspendeu temporariamente suas atividades e as pessoas que criaram o Instituto continuaram colaborando com o movimento dos extrativistas em diferentes instituições, governamentais, não governamentais e privadas. Um rico acervo a respeito dessa história foi guardado e será disponibilizado neste site.
ORGANIZAÇÃO DO CENTRO DE REFERÊNCIA EM RESERVAS EXTRATIVISTAS
Sistematizar e disponibilizar o acervo do IEA, do movimento extrativista, de Chico Mendes e das Reservas Extrativistas para a sociedade e para as novas gerações na Amazônia e em outros biomas do país.
APOIO AOS MOVIMENTOS SOCIAIS
Apoiar o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), o Memorial Chico Mendes, o Comitê Chico Mendes e outras entidades representativas de populações extrativistas tradicionais na luta pela sustentabilidade do desenvolvimento.
POLÍTICAS PÚBLICAS
Contribuir para formulação, atualização e implementação de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável e a plena institucionalização das Reservas Extrativistas.
INFORMAÇÃO E EDUCAÇÃO
Sistematizar informações, produzir e transferir conhecimento a respeito da realidade atual das Reservas Extrativistas e de outras modalidades de áreas protegidas de uso sustentável.
ESTUDOS AMAZÔNICOS
Abrir espaço para divulgação de estudos sobre Amazônia, sustentabilidade, bioeconomia, inovação, educação, ciência, tecnologia, entre outros temas relevantes para a sociedade.
DEBATES ESTRATÉGICOS

Em vários momentos de sua história, o IEA organizou informações dispersas, pautou o debate e contribuiu para a definição de ações estratégicas do CNS e de outras organizações da sociedade civil que influenciaram conquistas importantes para as comunidades amazônicas. Para isso construiu elos entre pesquisadores, gestores públicos, jornalistas e o movimento social, por meio de debates sobre temas estratégicos em diferentes formatos.
Em dezembro de 2018, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento (PPGMADE) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o Programa Interdisciplinar de Conservação e Desenvolvimento Tropical (TCD) da Universidade da Flórida, o IEA coordenou uma edição especial da Revista Desenvolvimento e Meio Ambiente sobre o Legado de Chico Mendes, no 30º aniversário de seu assassinato.
Em 1993 o IEA organizou o Laboratório Ambiental levando ao Amapá jornalistas de meio ambiente, ciência e tecnologia, dos principais jornais, revistas e televisões do país, para conhecer a realidade amazônica e publicou os resultados em uma revista chamada Comunicação e Meio Ambiente: desafios para o desenvolvimento.
Em 1991 o IEA organizou em Rio Branco um seminário sobre Alternativas Econômicas para as Reservas Extrativistas, onde se discutiu, pela primeira vez, o manejo sustentável madeireiro e não-madeireiro nas Reservas Extrativistas.
Em 1987 o IEA organizou em Curitiba o primeiro seminário sobre Planejamento e Gestão do Processo de Criação de Reservas Extrativistas na Amazônia, com lideranças seringueiras como Chico Mendes, Raimundo de Barros e Pedro Ramos, economistas, advogados, antropólogos, arquitetos, engenheiros agrônomos, gestores públicos estaduais e federais, ocasião e que foi elaborada e divulgada a Carta de Curitiba.
DIRETORIA
DIRETORIA
Antropóloga e Doutora em Desenvolvimento Sustentável. Realizou pesquisa de mestrado em seringais do Acre em 1978. Em 1981 conheceu Chico Mendes e o apoiou na criação do Projeto Seringueiro de alfabetização de adultos em Xapuri. Em 1985, com apoio do INESC e da Fundação Pró-Memória, viabilizou a iniciativa do STR de Xapuri de organizar o 1º Encontro Nacional dos Seringueiros em Brasília. Em 1986, fundou o Instituto de Estudos Amazônicos (IEA) em Curitiba. É consultora socioambiental e especialista em Reservas Extrativistas. Pelo seu trabalho recebeu prêmios da ONU, WWF, Better World Society, Governo do Acre, Ford do Brasil, Brazil Foundation, Revista Topview e Câmara Municipal de Curitiba.

Advogada, Especialista em Direito Internacional pela UFRGS, Especialista em Gestão Ambiental pelo LNCC e Mestre em Estudos Econômicos e Sociais em Gestão do Desenvolvimento pela Universidade de Wales Swansea. Atua há mais de uma década como advogada junto à ONG Environmental Defender Law Center (EDLC) em casos de violações de direitos humanos relacionadas a danos ambientais na América Latina. Foi Diretora Executiva da ONG Alianza Sierra Madre, no estado Mexicano de Chihuahua, onde atuou na defesa de direitos terrioriais de povos indígenas.

Antropóloga e socióloga, formada pela Universidade de Brasília (UNB). Possui pós-graduação em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atua há mais de uma década como consultora socioambiental, tendo participado in loco de diversos projetos de desenvolvimento sustentável em todo o território nacional, bem como internacionalmente. Exerceu distintos papéis de liderança e administração em várias organizações não governamentais ao longo de sua experiência profissional, inclusive no projeto “Políticas Públicas para as Reservas Extrativistas da Amazônia” no Memorial Chico Mendes.

Arquiteta e Urbanista, Mestre em Planejamento Urbano pela City University of New York, EUA. Trabalhou durante oito anos em um dos mais tradicionais escritórios de arquitetura de Nova York, o Gruzem Samton Architects and Planners, onde participou de vários projetos arquitetônicos e de planejamento urbano. Atua desde 1997 como consultora nas áreas de planejamento regional e urbano, estudos socioambientais e desenvolvimento sustentável. Em 2011 recebeu o Prêmio Professor Samuel Benchimol na categoria Social, pelo projeto “Requalificação Urbana e Ambiental na Área Habitacional da Zona Portuária Baixada do Ambrósio, Santana, Amapá”.

Engenheiro Agrônomo, Mestre em Ciência Florestal pela Universidade Yale. Bolsista do Banco Mundial, Fundação Interamericana, Yale e WWF. Foi Gerente de Relacionamento com Comunidades e Porta Voz para Assuntos da Biodiversidade na empresa Natura. Especialista na resolução de conflitos entre comunidades e empreendimentos econômicos de médio e grande porte. Trabalha há mais de vinte anos na região amazônica em projetos junto a empresas, governos e comunidades tradicionais. Foi Coordenador do escritório do IEA em Brasília entre 1991 e 1992.

Desenhista Industrial, Doutora em Ecologia da Paisagem pela University of Nottingham, no Reino Unido, com o projeto “Avaliação da viabilidade e potenciais econômicos das Reservas Extrativistas do Acre”. É Pós-Doutora em Desenvolvimento Regional Sustentável pelo IADE de Lisboa, a ONG CEIFA e Comunidade Europeia como Bolsista do Programa Marie Curie Grants.Possui várias publicações científicas, livros e projetos premiados na área de Design Sustentável. Pela sua atuação, tem tido reconhecimentos e apoio a pesquisas da Capes, CNPq, Suny Foundation, Fundação Araucária, Prêmio Expressão e Ecologia 2008 e WWF.

Júlio Barbosa de Aquino é extrativista e presidente do Conselho Nacional das PopulaçõesExtrativistas – CNS. Mora na Reserva Extrativista Chico Mendes, onde nasceu, em Xapuri, no estado do Acre. Há mais de 30 anos luta pela proteção da floresta e defende a cultura das populações seringueiras na Amazônia. Muito jovem participou das Comunidades Eclesiais de Base e, em 1989, assumiu a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri após o assassinato de seu titular, Chico Mendes.

Licenciado em Ciências Naturais pela Universidade Federal do Amazonas, tem Curso Superior de Teologia pela Universidade de Santa Úrsula no Rio de Janeiro com Especialização em Gestão Ambiental. Tem atuado ao longo dos últimos 25 anos em processos de organização de comunidades ribeirinhas, gestão de projetos de fortalecimento institucional e de geração de renda em bases sustentáveis e coordenação de projetos de implementação de políticas públicas em comunidades extrativistas na Amazônia. É Presidente da Oscip Memorial Chico Mendes (2014-2020) e coordena o projeto Sanear Amazônia – Água e Saneamento para os Extrativistas.