Com informações do portal Um Só Planeta
A Amazônia, lar da maior floresta tropical do mundo e uma biodiversidade incomparável, enfrenta um desafio crítico no que diz respeito ao financiamento de pesquisas ecológicas. Segundo um estudo recente realizado no âmbito do projeto Synergize, apenas 10% dos recursos federais destinados à pesquisa sobre biodiversidade são direcionados para instituições na região amazônica.
Os números, divulgados pelo portal Um Só Planeta, revelam uma disparidade significativa: em 2022, a Amazônia recebeu apenas 13% das bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado, e abrigava apenas 12% dos pesquisadores envolvidos em estudos de pós-graduação em biodiversidade no país. Enquanto isso, as regiões Sul e Sudeste, que representam uma fração menor da riqueza ecológica do Brasil, obtiveram metade dos recursos destinados a pesquisas ecológicas de longa duração.
O estudo, baseado em dados dos principais editais de financiamento federal para pesquisa no Brasil, como o Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração (Peld) e o Universal, revela uma distribuição desigual de recursos que levanta questões sobre a equidade no apoio à pesquisa científica.
Lis Stegmann, bióloga colaboradora da Embrapa e autora principal do estudo, destaca a importância de analisar essa distribuição de financiamento. “É essencial compreender como os recursos são alocados para garantir que a pesquisa ecológica na Amazônia receba o apoio adequado”, afirma.
Joice Nunes Ferreira, também bióloga da Embrapa e coautora do estudo, ressalta a necessidade de analisar também as limitações. “É crucial reconhecer as limitações atuais no financiamento de pesquisas na Amazônia e trabalhar para corrigir essa desigualdade”, enfatiza.
Diante do desafio global da conservação da biodiversidade e da necessidade urgente de compreender e enfrentar as mudanças climáticas, garantir o financiamento adequado para pesquisas ecológicas na Amazônia é fundamental para proteger esse ecossistema vital e seu papel na saúde do planeta.