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Ação humana pode afetar Amazônia milhares de vezes mais rápido do que processos naturais

As mudanças causadas pela ação humana na Amazônia são capazes de afetar todo o continente em questão de séculos ou até mesmo décadas. Isso é o que mostra um artigo publicado na revista Science, assinado por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e da Universidade de Louisiana, nos Estados Unidos.

As consequências das ações antrópicas são de centenas a milhares de vezes mais rápidas quando comparadas ao ocasionado por processos climáticos e geológicos naturais, os quais costumam se estender por milhões de anos. A notícia é alarmante ao considerar que, atualmente, os principais fatores de degradação do bioma estão justamente relacionados à atividade humana, incluindo desmatamento, incêndios florestais, erosão do solo, represamento de rios, entre outros.

Segundo o pesquisador Pedro Val, um dos autores do estudo, os dados foram compilados a partir do primeiro Relatório de Avaliação da Amazônia, lançado em 2011 pela rede de cientistas do Painel Científico da Amazônia. O artigo complementa o documento com dados de estudos mais recentes sobre impactos ambientais na América do Sul e no mundo.

A transição da paisagem florestal para a paisagem agrícola por meio do desmatamento em larga escala que vem ocorrendo de forma acelerada na Amazônia é preocupante porque o bioma tem papel fundamental no ciclo hidrológico planetário e as interferências humanas provocam a degradação do regime climático global, explicam os autores.

O artigo alerta que gestores públicos devem agir imediatamente para proteger a biodiversidade, as populações tradicionais e os serviços ecossistêmicos globais associados à Amazônia.

“Dentre as principais medidas estão a parada completa de desmatamento através de leis de conservação existentes. As políticas públicas devem desincentivar o desenvolvimento de novas hidrelétricas e de novas exportações de commodities que dependam do desmatamento da Amazônia, como as derivadas da agricultura e mineração”, explica Val.

Fonte: Agência Bori

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