Foto pot Ricardo Stuckert

Amazônia brasileira deve voltar ao protagonismo internacional

O painel “Carta da Amazônia – uma agenda comum para a transição climática”, realizado nesta quarta-feira (16) na COP-27, contou com a presença do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do Consórcio Amazônia Legal.

O evento foi a primeira agenda pública internacional de Lula, para quem foi lida e entregue a Carta dos Governadores pela Amazônia, solicitando o compromisso do futuro governo brasileiro para com a Amazônia.

A carta menciona que o “modelo de desenvolvimento vigente trouxe o custo de ser ambientalmente devastador e socialmente excludente” e afirma que para alterar esse cenário seria necessária uma nova cooperação entre os estados da Amazônia Legal e o Governo Federal, sendo esta “orientada pela ciência, pela estabilidade e reforço institucional e impulsionada pela determinação e pela vontade política de ambas as partes”.

O documento também enfatiza a importância de incentivar a economia baseada na “floresta em pé” e que “a saída para a adequação da economia brasileira no pós-pandemia passa, necessariamente, pela Amazônia”.

Lula fez acenos positivos após a leitura da carta e declarou que “assinaria sem nenhum problema”, reforçando a aliança com os governos subnacionais. “Não é possível haver distanciamento entre o Presidente da República e os governadores”, acrescentou.

O futuro presidente frisou que seu novo governo terá foco na conservação, reafirmando o compromisso de criação do Ministério dos Povos Originários, ainda que não tenha adiantado quem deverá comandar a pasta. 

“Os povos originários e aqueles que residem na região Amazônica devem ser os protagonistas da sua preservação. Os 28 milhões de brasileiros que moram na Amazônia têm que ser os primeiros parceiros, agentes e beneficiários de um modelo de desenvolvimento local sustentável, não de um modelo que ao destruir a floresta gera pouca e efêmera riqueza para poucos, e prejuízo ambiental para muitos”, afirmou.

No Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, o presidente eleito, Antônio Waldez Góes da Silva (PDT), governador do Amapá, disse que “não há segurança climática pro mundo sem uma Amazônia protegida”. 

Lula foi um dos nomes mais aguardados na COP-27. Sua fala rendeu repercussão nacional e internacional de relevância, recolocando o país em um lugar de destaque em relação à pauta ambiental. Nesse sentido, a fala do futuro presidente foi enfática ao afirmar a intenção de retomar o protagonismo internacional. Disse ele: “o Brasil está saindo daquele casulo ao qual foi submetido nos últimos quatro anos. O Brasil não nasceu para ser isolado. Somos um país muito grande com uma cultura extraordinária”.

Vale lembrar que, em 2019, o Brasil sediaria uma Conferência das Partes da Convenção do Clima. No entanto, o governo brasileiro presidido por Jair Bolsonaro (PL) voltou atrás e desistiu da candidatura. Dois motivos justificaram a recusa: restrições orçamentárias e a transição do governo eleito, que herdaria o compromisso.

Neste ano, Lula comunicou que “é o último ano em que a sociedade civil brasileira vem a uma COP separada da delegação oficial”. Inclusive, propôs que a edição da COP de 2025 seja realizada na Amazônia Brasileira. Ao fim de seu discurso, o presidente eleito foi aplaudido ao canto de “o Brasil voltou”, um verdadeiro sopro de esperança para a Amazônia.

Acesse a Carta dos Governadores pela Amazônia aqui: https://institutoestudosamazonicos.org.br/carta-dos-governadores-pela-amazonia/

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