Uma análise do instituto AdaptaBrasil revelou que mais de 60% dos municípios da Amazônia Legal enfrentam sérias dificuldades para lidar com as implicações da crise climática em curso, sobretudo em relação à segurança alimentar.
Uma grande parcela da região está em elevado grau de vulnerabilidade frente às mudanças ocorridas pelas alterações climáticas, comprometendo a segurança nutricional das populações ali residentes.
De acordo com a nutricionista Camila Pedrosa, a segurança alimentar está diretamente relacionada ao acesso contínuo a alimentos de qualidade em quantidade suficiente para atender às necessidades nutricionais da população em geral. No entanto, as mudanças nos padrões climáticos têm impacto direto na produtividade das safras.
“Em cada período do ano a gente tem uma disponibilidade de diversos alimentos, a disponibilidade de água tanto no período de seca quanto esse período de muita chuva, também vai modificar os padrões de produção. Então lugares que chove muito e que a gente tem cheias, vai impactar no crescimento e na qualidade dessa produção agrícola”, afirmou Camila.
Nesse contexto, dentre os estados da Amazônia Legal, o Mato Grosso é o mais afetado, com o maior número de municípios em situação de vulnerabilidade e menor capacidade adaptativa frente aos efeitos das mudanças climáticas na disponibilidade alimentar. O estado enfrenta desafios de planejamento, logística e manutenção para enfrentar os impactos associados à crise climática. Atualmente, são 24 municípios mato-grossenses que lutam contra essas adversidades.
Essa situação delicada requer ações urgentes e efetivas por parte das autoridades competentes e da sociedade em geral. É imprescindível o fortalecimento das políticas públicas e a implementação de medidas que promovam a sustentabilidade, o uso responsável dos recursos naturais e o incentivo a práticas agrícolas mais resilientes. Somente com um esforço conjunto será possível enfrentar mais esse desafio imposto pela crise climática e proteger o futuro da Amazônia Legal e das comunidades tradicionais que ali habitam.
Fonte: Brasil 61